A reflexão que a CNBB nos oferece para o Evangelho deste sábado (13/08/2011), embora partindo de uma curta passagem, nos leva e deve nos levar a profundas reflexões sobre o nosso modo de ser cristão.
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Evangelho - Mt 19,13-15
Deixai as crianças, e não as proibais de virem a mim, porque delas é o Reino dos Céus.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 19,13-15
Naquele tempo: 13 Levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. 14 Então Jesus disse: 'Deixai as crianças, e não as proibais de virem a mim, porque delas é o Reino dos Céus.' 15 E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali. Palavra da Salvação.
Reflexão
Muitas vezes, pelo fato de procurarmos viver de forma coerente os valores do Evangelho e percebermos os erros e os problemas que existem no mundo de hoje por parte de muitas outras pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer Jesus como nós o conhecemos (ou como achamos que conhecemos), corremos o risco de fazer exatamente o contrário daquilo que Jesus exige de nós. Pode acontecer que nos coloquemos como intermediários entre Jesus e as pessoas não para aproximá-las dele, como é a sua vontade, mas para impedir que se aproximem dele por não serem dignas, negando a elas a oportunidade da graça da conversão e da vida nova em Cristo.
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Percebe-se que os discípulos tentavam afastar as crianças de Jesus, como se dissessem: “são apenas crianças sem qualquer discernimento (ou ignorantes) que nada sabem sobre as coisas da vida e que vão atrapalhar as meditações de Jesus e atrapalhar nosso aprendizado, portanto, não convém que fiquem importunando o Mestre”.
A resposta de Jesus é que nos leva à reflexão: “Deixai as crianças, e não as proibais de virem a mim, porque delas é o Reino dos Céus.”
Ora, Jesus com essa resposta diz claramente: “Deixem que os ignorantes se acheguem a mim, pois eles também são filhos de Deus, assim como vocês acham que são. Se não conhecem ou não têm discernimento sobre as coisas da vida hoje, irão aprender e amanhã serão meus discípulos como vocês o são hoje”.
Jesus está nos dizendo que para seguirmos seu caminho, suas orientações e seus ensinamentos, não podemos jamais excluir ninguém, por menor que seja o valor que possamos atribuir a alguém. Este julgamento de maior ou menor valor de uma pessoa é próprio do ser humano, mas não de Deus. Para Deus não existe maior ou menor, melhor ou pior, privilegiados ou sem privilégios, pois considera a todos como seus filhos queridos e amados e a todos oferece a oportunidade de aprender, de crescer, de se arrepender, de se converter, enfim de estar ao seu lado. A Parábola do “Pai Misericordioso”, ou do “Filho Pródigo” como preferem alguns, é um excepcional exemplo do amor de Deus.
Quando, no nosso cotidiano, nos deparamos com pessoas que consideramos ignorantes, pessoas que aparentemente desprezam nossa fé e nossa religiosidade, é preciso que lembremo-nos sempre desta passagem.
E lembrar também que às vezes nos tornamos inconvenientes para certas pessoas, por tentar forçá-las a entender, compreender e abraçar nossas crenças. Não se deve impor a ninguém nossas convicções. O que podemos e devemos fazer é agir como cristão, como seguidor de Cristo, sempre colocando a caridade e a misericórdia em nossas ações e em nossas relações. Assim agindo, vamos convencendo as pessoas mais pelo exemplo do que por tentar fazê-las ingerirem nossas idéias, nossas convicções e nossas crenças.
“Evangelho” quer dizer “Boa Nova” e esta “boa Nova” é Jesus. Jamais nos espelharemos ou nos conformaremos perfeitamente a Jesus. Mas, devemos fazer o máximo para nos aproximarmos d’Ele e agir como Ele agia. Aí sim, através de nosso agir, estaremos levando a “Boa Nova” ao mundo. Estaremos levando Aquele Jesus que está em nós, em nossos atos e ações. E com Jesus, poder dizer:
“Venham a nós as ciranças!”
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