segunda-feira, 20 de junho de 2011

A questão das imagens.

Fui recentemente apresentado pela Rachel Abdalla ao “BLAVING – A rede social de voz”. Mais uma das maravilhas da internet, que nos serve, de forma muito efetiva, para o serviço de evangelização, formação e divulgação católica. Trata-se de uma rede que disponibiliza a produção de pequenas mensagens de voz (dois minutos) para cada post, mas que podem ser complementadas em vários posts sequenciais. Na minha primeira incursão, conheci a página “Dimensão Católica”, cujo autor está postando material que se propõe a estudar a questão das imagens no catolicismo. Já está no quarto post, no qual, aliás, acabei fazendo um comentário por escrito e também de voz, que resultou em três postagens sequenciais.

O comentário que fiz decorreu de uma reflexão pessoal que já vinha “maturando” há algum tempo, com a intenção de postá-la em nosso blog. Talvez ainda não completa, acabei divulgando-a no Blaving e, por conseguinte, também a publico aqui, na certeza de que, no futuro poderá ser complementada por mim ou através de comentários de nossos seguidores. Ao final, coloco o link para o BLAVING, para que todos conheçam mais esta ferramenta maravilhosa da internet.
   
A questão das imagens.

Pentecostes
Infelizmente, a questão das imagens é um dos meios pelo qual parte dos irmãos reformados lança mão para atacar a Igreja Católica. Sem olvidar que, em contra partida, muitos irmãos católicos também encontram meios para atacar as Igrejas reformadas, o que acaba criando, tanto de um lado, como do outro, situações lamentáveis, pois o que nos une, a Fé em Deus, por Jesus Cristo, na força do Espírito Santo, deveria se sobrepor a tais picuinhas. O que nos une é muito Maior do que qualquer coisa que tente nos dividir.

Com relação à questão das imagens, uma reflexão madura e imparcial nos fará enxergar claramente que a Igreja Católica não ofende ou contradiz em nada o texto bíblico.

Em primeiro lugar, temos que ter em conta o contexto em que a proibição de confecção de imagens foi elaborada. Em segundo, me parece muito claro que o texto bíblico se refere à proibição da confecção da imagem de Deus ou de deuses que pudessem, segundo a imaginação do povo daquela época, substituir o culto ao Único Deus: Javé.

Esta possibilidade está muito evidente no episódio do bezerro de ouro, cuja proposta era a de “arrumar” outro deus para colocar em lugar de Javé, pois o povo entendia que a promessa divina não estaria sendo cumprida. Queriam eles o tudo no já e agora, esquecendo-se que os caminhos de Deus são insondáveis e que sua pedagogia, não raras vezes, nos é, ou nos parece incompreensível.

Por outro lado, a imagem, qualquer que seja e qualquer que seja o seu objetivo, é inicialmente elaborada na mente humana. Na grande maioria das vezes, sequer a elaboramos fisicamente, até porque isto, em regra, é obra do artista e no nosso universo, são relativamente poucos os que possuem este dom e que são capazes de transformar a imagem mental em imagem visual.

Portanto, Deus não nos proíbe de elaboramos imagens mentais, posto que isto seja um dom inato do ser humano. Disto resulta que Ele não proíbe também a elaboração física de uma imagem mental, já que conferiu este dom ao artista. O que Ele nos proíbe é que façamos a reprodução de Sua própria imagem, pois nenhum ser humano possui sequer a imagem mental de Deus. Deus nunca se descreveu, nunca se mostrou fisicamente, para nos possibilitar d’Ele a mais pálida imagem. E proibiu também a confecção de imagens que pudessem representar outros deuses, estas, todas, com base em imagens mentais de nossa experiência cotidiana. Basta verificar que a representação de diversos deuses em diversas religiões ou seitas, parte de uma imagem física ou sonora que nos é familiar: elementos da natureza ou do cosmo (sol, lua, raios, trovões, rios, mares, animais e até plantas).

Com relação às imagens do catolicismo, nenhuma delas nos serve para representar Deus, pois jamais conseguiríamos elaborar mentalmente Sua imagem. Representamos Jesus, o filho do homem, que esteve presente em carne e osso entre nós e que Se deu a conhecer como o Filho de Deus, o Verbo encarnado. Representamos a Virgem Maria, que também esteve fisicamente entre nós, representando o ser humano ideal na sua fidelidade à obra divina da salvação e que para nós, católicos, é digna de veneração e respeito. Ela não é e jamais substituirá Deus em nossa adoração, mas a sua força espiritual não pode jamais ser esquecida.

Representamos os santos, não só aqueles assim conclamados pela Igreja, mas muitos outros que na santidade de vida nos legaram exemplos preciosos. Representamos ainda os anjos, cuja aparência física pode não retratar a realidade, mas que deixaram várias pistas nos textos bíblicos para a elaboração de suas imagens mentais.

De forma que, além das claras e lúcidas razões apresentadas pelo Tonny, concluímos que a acusação de idolatria que nos é lançada por alguns irmãos das Igrejas reformadas não possui o menor fundamento. Ademais, a nossa forma de praticar a religião cristã em nada os prejudica ou diminui. Tenhamos então caridade entre nós, cristãos, e nos respeitemos. E, naquilo que temos em comum, que é a adoração à Trindade Santa, procuremos, ao invés de dividir e separar, nos unir para a construção do Reino de Paz e Amor.

Acredito ainda que Deus se revela de várias formas a todos os grupos étnicos e sociais do mundo e que o traço mais comum é sempre a busca pela paz universal.

Então porque não nos abrir a este Espírito, que para nós cristãos é o Espírito Santo em ação, ao invés de alimentarmos o ódio e o rancor entre os povos e as religiões?

"A oportunidade para os grandes atos pode nunca chegar, mas a oportunidade para as boas ações se renova dia a dia".
(F. W. Faier)       

Que a Paz de Deus Pai, em Cristo Jesus, pela potência do Espírito Santo esteja em todas as religiões e em todos os povos. Amém.

Gazato - 20/06/2011






2 comentários:

  1. Gazato, este texto coloca muito bem o tema da imagem, cuja diferente compreensão causa a grande polêmica que nunca deveria existir entre nós, cristãos. É a representação física de uma imagem mental!! Obrigada pelo texto!!!
    Gde e fraterno abraço, Maria Lúcia

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  2. Oi Maria Lúcia. Obrigado por sua visita e pelo comentário. O texto parte de uma reflexão muito pessoal, mas creio que esta compreensão mostra que nós, católicos, jamais pretendemos fazer uma representação de Deus, pela simples razão que não possuímos a sua imagem mental. E não O substituímos por qualquer outra imagem. Quanto às imagens de santos e santos nos servem como nos servimos de fotografias de parentes e amigos. Para lembrança e recordação de fatos. Grande e fraterno abraço.

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