domingo, 22 de maio de 2011

ESTUDO SOBRE O LIVRO DO APOCALIPSE




O APOCALIPSE

1 - Quando foi escrito o Apocalipse

O apocalipse foi escrito entre o ano 90 e 100. Não se sabe o ano certo. Para facilitar, vamos dizer que foi no ano 95 era uma época de perseguição. Depois da morte e ressurreição de Jesus, o evangelho espalhou-se rapidamente. Em toda parte surgiam pequenas comunidades. Em pouco tempo, a Boa Nova de Jesus atravessou as fronteiras da Palestina. Entrou pelo império romano: Ásia Menor, Grécia, Itália. Não foi uma caminhada fácil. Houve muitas dificuldades e perseguições. Mas, apesar de tudo, o sol brilhava. O vento era favorável.
Aos poucos, porém, o céu se cobria de nuvens. Uma tempestade se armava. A escola de império romano ensinava que o imperador era o senhor do mundo (13, 4.14). Os cristãos diziam o contrário: Jesus o senhor dos Senhores! (17, 14; 19, 16) e não era uma briga só de palavras! O império tinha os seus deuses (2,14) era em nome destes falsos deuses que o imperador se declarava Senhor do mundo. Todos deviam prestar culto a ele (13, 8-15). Assim, ajudado pela religião, o imperador conseguiu montar um sistema que controlava a vida do povo (13,16-17) e que explorava os pobres para aumentar o luxo dos grandes (18, 3.9.11-19).
Para os cristãos, Deus é um só. E se Deus é um só, Pai de todos, então todos são irmãos. Por isso, em nome da sua fé, os cristãos procuravam viver como irmãos. Colocavam em comum os seus bens (At 2,44-45; 4, 32.34). Diziam que todos eram iguais (GL 3,28; 1Cor 12,13; Cl 3,11). Condenavam os ricos que exploravam os trabalhadores (Tg 5, 1-6). Não queriam apoiar o sistema injusto do império romano (18,4).
Portanto, não era uma briga só de palavras, nem uma discussão sobre deuses lá no céu. Tratava-se também da organização da vida do povo aqui na terra. A nova organização iniciada e anunciada pelos cristãos ameaçava o sistema do império. Um conflito aberto não podia demorar. De fato, uns trinta anos depois da morte de Jesus, por volta do ano 64, o imperador Nero decretou a primeira grande perseguição. Foi o início dos males.
Depois de Nero, a paz voltou. Mas não era paz. Era apenas uma parada. Todos sabiam que o império não ia permitir que as comunidades crescessem e se espalhassem. As comunidades eram como cupim. Subvertiam o sistema do império por baixo. Por isso, em torno do ano 90, o imperador Domiciano decretou uma nova perseguição. Desta vez, mais violenta e mais organizada. Domiciano torturava os cristãos para que abandonassem a fé!
Assim, com a chegada do fim do primeiro século, parecia ter chegado também o fim da caminhada das comunidades. Todas as portas estavam fechadas. Todo o poder do mundo se voltava contra os cristãos. Muitos abandonavam o Evangelho por medo e passavam para o lado do império. Na comunidade se dizia: “Jesus é o Senhor”. Mas lá fora, quem mandava mesmo como Senhor todo-poderoso era o imperado de Roma. É neste fim do primeiro século, época de perseguição, que foi escrito o livro do Apocalipse.

2 - Para quem foi escrito o Apocalipse?
Foi dirigido às sete igrejas que estão na Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia, Sardes, Laodicéia (1,4). São sete pequenas comunidades perdidas no mar da vida e no mundo da História, que procuram agüentar firmes, apesar do vento contrário e apesar das próprias fraquezas. É muito importante levar em conta que o Apocalipse está inserido numa carta bastante carinhosa e muito pessoal a estas sete comunidades. E é só no capítulo 4 que começa o Apocalipse propriamente dito, isto é, a releitura da História à luz da fé. Isto nos faz pensar. João faz teologia não para vender a sua sabedoria a um grande público anônimo, mas como resposta para aquele pessoal humilde e oprimido que vivia a crise da fé nas suas pequenas comunidades. Não é teologia universal e abstrata, mas concreta e encarnada.

3 - Qual era a situação do povo que se encontra nessas comunidades?
Quando se diz "Igrejas", entenda-se "Comunidades", isto é, comunidade do tipo das que hoje vivem numa situação muito semelhante: perseguidas, contestadas, sofridas, fracas, cheias de problemas e tensões internas, com gente pobre e oprimida, sem gabarito. O próprio autor, no momento de escrever o Apocalipse, estava preso por causa da sua fé (1,9). A perseguição era violenta (12, 13.17;13,7). Havia prisões (2,10), e muitos já tinham sido martirizados (2, 13; 6, 9 -11; 7,13 -14; 16,6; 17,6; 18,24; 20,4). Era muito difícil sustentar a fé (2,3-4).
O controle da polícia era total: ninguém podia escapar de sua vigilância (13,16). Quem não apoiava o regime do império, não podia vender nem comprar nada (13,17). A propaganda era enorme (13,13) e se infiltrava nas comunidades (2,14.20). O imperador era apresentado como se fosse um novo Jesus. Diziam até que ele era um ressuscitado (13,3.12,14). A terra inteira o adorava como se fosse um deus e apoiava o seu regime (13,4.12-14).
O povo das comunidades tinha ainda outras dificuldades. Havia o cansaço natural, depois de tantos anos de caminhada (2,2). Havia a diminuição do primeiro fervor (2,4). Havia os falsos líderes que se apresentavam como apóstolos e não eram (2,2). Havia as doutrinas erradas que traziam confusão (2,6.15); as perseguições por parte dos judeus (2,9; 3,9); o problema das outras religiões que se misturavam com a fé em Jesus (2,14-15.20).
Algumas comunidades estavam morrendo (3,1). Outras, bem fraquinhas, continuavam firmes na fé (3,8). Em geral, era gente pobre, indigente até (2,9). As comunidades mais ricas se acomodaram iludidas pela sua riqueza (3,16-17). Não eram frias nem quentes (3,15).
É para este povo que João escreve o seu livro. Como hoje, também naquele tempo havia os fracos e os pobres que continuavam firmes na fé e na luta. Havia os que estavam perdidos, sem enxergar o rumo. Havia os que misturavam as coisas, sem entender direito o sentido. Todos perseguidos e precisando de uma palavra de esclarecimento, de conforto e de coragem!

4 - Quem escreveu o apocalipse?
O autor do Apocalipse não assinou o seu livro nem colocou data. Pouco sabemos da sua vida. Mas ele deixou algumas informações. Ele se apresenta assim: Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, encontrava-me na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do Testemunho de Jesus (1,9). O seu nome é João. Ele não apresenta nenhum título, nem de bispo, nem de padre, nem de evangelista nem de apóstolo. O título que vale para ele é: Irmão e companheiro na tribulação (1,9). Ele mesmo é um perseguido por causa de sua fé. Sofre a mesma coisa que os outros. Conhece por dentro o drama dos companheiros. Por isso, tem condições para animá-los!
João tem consciência de ser o portador de uma profecia por parte de Deus para o povo das comunidades (1,1-3; 22, 6-8) ele se apresenta com autoridade e pede obediência (22, 18-19). A sua autoridade vem da palavra de Deus (1,2). Ele mesmo encarnou esta palavra na sua própria vida (10, 8-11). Por isso, tem autoridade para falar.
Ao que parece, era o coordenador geral das comunidades da Ásia Menor, pois é para lá que ele manda o seu livro (1,4.11). Além disso, ele está bem por dentro da situação e dos problemas de cada uma das sete comunidades, como mostra nas sete cartas (2,1-3,22). Apesar da sua autoridade, parece ter sido uma pessoa humilde que não tinha medo nem vergonha de confessar o que não sabia (5,4; 7,13-14). João não escreve para todos indistintamente. Escreve para os irmãos e companheiros perseguidos (1,9). À primeira vista, ele só se dirige aos irmãos perseguidos das sete comunidades que estão na Ásia (1,4.11). Mas no apocalipse, o número sete, muitas vezes, significa todos. Por isso, escrevendo para aquelas sete comunidades, João quer é esclarecer e animar todas as comunidades, inclusive as de hoje.

5 - O que o Apocalipse tem a dizer ao povo das comunidades?
Apocalipse é uma palavra que vem do grego. Quer dizer revelação. Tirar o véu que esconde. Ensina ao leitor a não se deixar enganar pelas aparências, mas a descobrir o que existe por detrás dos fatos. Por trás dos fatos trava-se a grande batalha entre o bem e o mal, entre a justiça e a injustiça, entre a liberdade e a opressão. O livro vai tirar o véu que esconde esta realidade, para que os cristãos tomem parte nesta luta e definam sua posição. A "revelação" deste segredo é envolvida em muito mistério. Ela não se faz de maneira direta, mas através de muitos intermediários. O segredo de Deus sobre as "coisas que devem acontecer muito em breve" (1,1) é comunicado primeiro a Jesus. Jesus o transmite ao seu anjo. O anjo o transmite a João. João o transmite aos servos de Deus que vivem nas sete comunidades da Ásia. As sete comunidades deverão testemunhá-lo ao mundo (1,1-4).

6 - Qual era o assunto encoberto, do qual João vai tirar o véu para mostrá-lo ao povo?
Era a própria situação do povo das comunidades. Ninguém estava enxergando direito as coisas. Já não entendiam a perseguição. O povo estava impaciente e dizia: Até quando, Senhor? (6,10). Se Deus era o dono do mundo, como é que Ele permitia essa perseguição tão demorada? Deus parecia ter perdido o controle da situação. Quem mandava mesmo no mundo era o imperador de Roma. Ora, o livro do Apocalipse é a resposta de Deus ao povo aflito e perseguido das comunidades. Foi escrito por ordem de Deus (1,11.19) para ser revelação, isto é, para tirar o véu e clarear a situação do povo com a luz da fé.
O livro começa com estas palavras solenes: revelação de Jesus Cristo (1,1). Por meio desta revelação de Jesus, transmitida por João, Deus vai tirar o véu e revelar ao povo o seu plano de salvação, etapa por etapa. Vai mostrar aos seus servos as coisas que devem acontecer muito em breve (1,1). Vai esclarecer o povo e desmascarar a falsa propaganda do império. As coisas que Deus realiza para o seu povo, tanto as coisas presentes como as que deverão acontecer depois destas (1,19), existem escondidas dentro dos acontecimentos da vida. Mas o povo não as enxergava. Por isso, estava impaciente e triste. Para poder enxergar a ação de Deus dentro da vida, não basta que João tire o véu. É necessário que o povo colabore, escutando e praticando a palavra de Deus que João lhes transmite. Assim, reencontrará a alegria. Feliz o que lê e os que escutam as palavras desta profecia, se praticar o que nela está escrito, pois o tempo está próximo (1,3).
Esta é a Boa Nova que o Apocalipse quer revelar ao povo das comunidades: O tempo está próximo (1,3). Dentro do tempo da história, marcado pelas perseguições, existe o tempo de Deus, a hora de Deus, o plano de Deus. Este plano entrou na sua fase final. Esgotou-se o prazo. Deus está para chegar. Ele vai mudar a situação e libertar o seu povo.


Símbolos e imagens que mais freqüentemente ocorrem no Apocalipse de João - I

I. Elementos da natureza e do universo

1. Cores
Em todos os povos, de acordo com a sua cultura, as cores têm um significado simbólico. No Antigo Egito, por exemplo,preto era a cor da esperança. Em outros povos, branco é a cor do luto. Para nós, verde simboliza a esperança. No Apocalipse as cores têm um significado.
*Branco (Ap 2,17): vitória, glória, alegria, pureza. *Vermelho (Ap 6,4): sangue, fogo, guerra, perseguição. *Amarelo-esverdeado ou baio (Ap 6,7): cor de cadáver que se decompõe, doença. Púrpura e escarlate,vermelho vivo (Ap 17,4): luxo e dignidade real. * Preto (Ap 6,5): fome.

2. Números
Entre nós, alguns números têm um significado simbólico. Por exemplo, sete é a conta do mentiroso. Treze é número de azar. No ambiente apocalíptico, os números também têm um significado simbólico:
3 - Três vezes é o superlativo hebraico: plenitude (Ap 21,13) e santidade (Ap 4,8): 3 x Santo.
4 - Número cósmico: os quatro cantos da terra, toda a terra (Ap 4,6; 7,1; 20,8); os quatro elementos do universo: terra, fogo, água, ar. Quadrangular (Ap 21,16): sinal de plenitude e de perfeição.
7 - É a composição de 3 + 4. Indica plenitude, perfeição, totalidade (Ap 1,4). Metade de 7 é 3,5 (Ap 11,9). Às vezes se diz "um tempo, dois tempos, meio tempo" (Ap 12,14; Dn 7,25), isto é, três anos e meio. É a duração limitada das perseguições. É o tempo controlado por Deus.
10 - "Dez dias de provação" (Ap 2,10) (cf. Dn 1,12.14), tempo de curta duração.
12 - É uma composição de 3 x 4. Número de perfeição e de totalidade (Ap 21,12-14).
24 - É uma composição de 2 x 12. Os 24 anciãos (Ap 4,4), isto é, representantes do povo do AT (12 tribos) e do povo do NT (12 apóstolos), ou seja, a totalidade do povo de Deus.
42 - Quarenta e dois meses (Ap 11,2) é igual a três anos e meio, é igual a 1.260 dias (cf. Ap 12,6), isto é, a metade de sete anos. Indica o tempo limitado por Deus.
144 - É uma composição de 12 x 12 (Ap 21,17). Sinal de grande perfeição e totalidade.
666 - É o número da besta (Ap 13,18). Em grego e em hebraico, cada letra tinha um valor numérico. O número de um nome era o total do valor numérico de suas letras. O número 666 é do nome César-Neron conforme o valor das letras hebraicas ou César-Deus conforme o valor das letras gregas. É também o número de maior imperfeição: seis não alcançasete, é só a metade de doze, e isto por três vezes! O número 666 é o cúmulo da imperfeição!
1.000 - Designa um prazo de tempo comprido e completo. Reino de mil anos (Ap 20,2). As combinações: 7 x 1.000 = 7.000 (Ap 11,13), 12 x 1.000 = 12.000 (Ap 7,5-8), 144 x 1.000 = 144.000 (Ap 7,4).

3. Elementos da natureza
Entre nós, alguns elementos da natureza têm um significado simbólico. Por exemplo: "Fulana tem uma boa estrela!" "João tem saúde de ferro!" "Aquela menina é uma pérola!" Na Bíblia, os elementos da natureza têm variados significados simbólicos:
*sol e lua:"vestida com o sol, a lua debaixo dos pés" (Ap 12,1): criação servindo ao povo de Deus.
*estrela (Ap 1,16): anjo ou coordenador da comunidade (Ap 1,20).
*estrela da manhã (Ap 2,28): Jesus, fonte de esperança (Ap 22,16).
*arco-íris (Ap 10,1): símbolo da onipotência e da graça de Deus. Evoca a aliança de Deus com Noé (Gn 9,12-17).
*mar (Ap 13,1): caos primitivo (Gn 1,1-2), lugar de onde sai a besta-fera, símbolo do mal.
*abismo (Ap 9,2): lugar debaixo da terra, onde os espíritos maus ficam presos.
*água da boca da serpente, o vômito (Ap 12,15): império romano.
*Eufrates (Ap 9,14): região de onde costumavam vir os invasores; aqui os partos.
*cristal (Ap 4,6; 22,1): clareza, esplendor, transparência, ausência do mal.
*pedras preciosas (Ap 21,19-20): raridade, beleza, valor.
*pedra branca (Ap 2,17): usada no tribunal pelo juiz para declarar alguém inocente.
*ouro (Ap 1,13): riqueza.
*ferro, cetro de ferro (Ap 2,27): poder.
*barro, vasos de barro (Ap 2,27): fragilidade. Evoca Is 64,7 ou Jer 18,6.
*palma (Ap 7,9): triunfo.
*duas oliveiras (Ap 11,4): personagens importantes. Evocam a visão do AT (Zc 4,3-14).

4. Mundo animal
A convivência com os animais produz significados simbólicos. Por exemplo, o povo diz: "Não ser papagaio", "Escutar comocoruja", "Meter o bico em tudo", "Fulano é um cavalo!". No Apocalipse, os bichos ou partes do bicho têm vários significados simbólicos:
*dragão (Ap 12,3) ou "antiga serpente" (Ap 12,9): poder do mal hostil a Deus e a seu povo.
*besta-fera que sobe do abismo (Ap 11,7) ou do mar (Ap 13,1): Nero ou o império romano.
*besta-fera que sai da terra (Ap 13,11):o falso profeta que propaga o culto ao imperador. O dragão, a besta-fera do mar e a besta-fera da terra são uma caricatura da Trindade. O anti-Deus, o anti-Cristo e o anti-Espírito (falso profeta).
*pantera, leão e urso (Ap 13,2): crueldade, sem misericórdia. Evoca a visão de Danie1 (Dn 7,4-6).
*cavalos (Ap 6,2-7): poder, exército que arrasa. Evocam a visão de Zacarias (Zc 1,8-10).
*cordeiro (Ap 5,6): indica Jesus. Evoca o cordeiro pascal imolado no êxodo (Ex 12,1-14).
*leão, touro, homem, águia, os "quatro seres vivos", literalmente: "animais", (Ap 4,6-7): indicam os quatro seres mais fortes que presidem o governo do mundo físico. Indicam também os quatro elementos que formam o ser humano: touro (instinto), leão (sentimento), águia (intelecto), homem (rosto). Os quatro juntos formavam o ser mitológico da Babilônia, chamado karibu ou Querubim, e a Esfinge do Antigo Egito. Evocam as visões de Isaías (Is 6,2) e sobretudo de Ezequiel (Ez 10,14 e 1,10).
*águia (Ap 12,14): evoca a proteção do êxodo (Ex 19,4; Dt 32,11).
*gafanhotos (Ap 9,3): invasores estrangeiros, os partos. Evocam as pragas do Egito (Ex 10,1-20) e a visão de Joel que fala de gafanhotos com aspecto de cavalos (JI 2,4; Ap 9,7).
*escorpião (Ap 9,3): perfídia, traição. Evoca êxodo conforme o livro da Sabedoria (Sb 16,9).
*cobra, serpente (Ap 9,19): poder mortífero.
*sapo (Ap 16,13): animal impuro (Lv 11,10-12); símbolo persa da divindade das trevas. Evoca a praga das rãs (Ex 7,26 a 8,11).
*chifre (Ap 5,6): poder, particularmente o poder do rei.
*asas (Ap 4,8):mobilidade; velocidade em executar a vontade de Deus. Evocam Ezequiel (Ez 1,6-12).


Símbolos e imagens que mais freqüentemente ocorrem no Apocalipse de João



II. A vida e as coisas da vida com suas instituições

1. Coisas da vida
túnica longa (Ap 1,13): símbolo de sacerdócio (EX 28,4; Zc 3,4). Roupa ou veste evoca a realidade profunda das pessoas.
linho puro (Ap 15,6): a conduta justa dos cristãos (Ap 19,8).
alfa e ômega (Ap 1,8): primeiro e último, princípio e fim (Ap 21,6; 22,13).
chave (Ap 3,7):poder.
livro (Ap 5,1): o plano de Deus para a história humana.
livro da vida (Ap 3,5; 20,12): contém os nomes dos que vão viver sempre.
selo (Ap 5,1): segredo.
ladrão (Ap 3,3): Deus vem como ladrão, isto é, de maneira inesperada, imprevisível.
foice (Ap 14,14): imagem de julgamento divino.
trombeta (Ap 8,2): voz sobre-humana que anuncia os acontecimentos do fim dos tempos.
carimbo, sinal, marca (Ap 7,2; 13,16-17): marca de propriedade e proteção.
balança (Ap 6,5): escassez de comida, custo de vida.

2. Corpo e vida humana
cabelos brancos (Ap 1,14): símbolo de eternidade.
olhos brilhantes (Ap 1,14): símbolo de ciência divina universal.
pés de bronze (Ap 1,15): firmeza invencível.
nome (Ap 3,5.8; 19;13): indica a própria pessoa.
mão direita (Ap 1,16): símbolo de poder. Evoca a ação de Deus no êxodo.
mulher (Ap 12,1):povo santo dos tempos messiânicos; as comunidades em luta.
filho da mulher (Ap 12,4): messias, chefe do Novo Israel. Evoca Gn 3,15.
prostituição (Ap 2,14): a infidelidade da idolatria.
virgem (Ap 14,4): pessoa que rejeita a idolatria.
noiva, esposa (Ap 19,7): igreja, povo de Deus (cf. Ap 21,2; 21,9-10).
casamento do Cordeiro com a Noiva (Ap 19,7; 21,2): estabelecimento do Reino (Is 62,5).

3. Jerusalém e seu templo
candelabros de ouro (Ap 1,12): o povo de Deus, as comunidades.
incenso (Ap 5,8):oração dos santos que sobe até Deus (Ap 8,4).
coluna (Ap 3,12): firmeza e lugar de honra. Evoca a coluna do templo (1Rs 7,15-22).
templo (Ap 3,12):coração de Jerusalém, cidade santa, representa o povo de Deus.
* Monte Sião (Ap 14,1): lugar do templo; trono de Deus.
Nova Jerusalém (Ap 3,12; 21,2): o povo de Deus, finalmente reconciliado.

4. O império romano
trono (Ap 1,4): majestade, domínio. Evoca o julgamento, anunciado no AT (Dn 7,9-14).
trono de Satanás (Ap 2,13): altar do templo de Zeus no alto da montanha em Pérgamo.
espada afiada (Ap 1,16): palavra de Deus que julga e castiga (Ap 19,15). Evoca a imagem usada por Isaías (Is 49,2) e, sobretudo, pelo livro da Sabedoria (Sb 18,15).
arco (Ap 6,2): arma característica dos partos; terror.
cinto de ouro (Ap 1,13): símbolo de realeza.
* Coroa (Ap 4,4): poder de rei
* rei dos reis, senhor dos senhores (Ap 19,16; 1,5) título do imperador romano dado a Jesus


As sete cartas para as sete comunidades (2,1-3,22)


São cartas bem pequenas, simples e pessoais para as comunidades de Éfeso (2,1-7), Esmirna (2,8-11), Pérgamo (2,12-17), Tiatira (2,18-29), Sardes (3,1-6), Filadélfia (3,7-13) e Laodicéia (3,14-22). Não vamos explicar cada carta. Damos apenas algumas informações gerais para todas as cartas.

1. As sete divisões de cada carta
Todas as sete cartas têm a mesma forma, o mesmo jeito. Têm as mesmas sete partes:
1. Todas elas são dirigidas ao "anjo da comunidade" que é, provavelmente, o coordenador ou coordenadora. (2,1.8.12.18;3,1.7.14).
2. Todas se apresentam como palavra de Jesus: Assim diz... (2,1.8.12.18;3,1.7.14).
3. Em cada carta, Jesus recebe um título (2,1.8.12.18;3,1.7.14). Quase todos os títulos vêm da visão que João teve de Jesus (1,12-20).
4. Em todas as cartas, Jesus começa dizendo: Conheço... e descreve as qualidades positivas da comunidade (2,2-3.9.13.19;3,8). A comunidade de Laodicéia não tem nada de positivo. Ela não é fria nem quente (3,15-).
5. Jesus descreve o que cada comunidade tem de negativo e dá advertências (2,4-6.14-16.20-25;3,2- 3.15-19). Duas comunidades não têm nada de negativo: Esmirna e Filadélfia. A estas, Jesus dá conselhos de perseverança (2,10;3,11). Na comunidade de Sardes, o negativo é mais forte do que o positivo (3,4). Por isso, lá se inverte a ordem.
6. Todas elas têm o aviso final: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às comunidades!" (2,7. 11.17.29;3,6.13.22).
7. Todas elas terminam com uma promessa ao vencedor (2, 7.11.17.26-28;3,5.12.21).


2. Sete sugestões para a leitura e o estudo das sete cartas















1. Conhecer a situação das comunidades:
O que cada comunidade tem de positivo e de negativo? Qual o ponto em que cada uma deve esforçar-se mais? Quais os perigos que a ameaçam? Comparar com hoje.

2. Enfrentar a situação:
Como João pede que elas enfrentem a situação? Quais os recursos de que cada comunidade dispõe para vencer os seus problemas? Como hoje enfrentamos os problemas?

3. Alimentar-se do Antigo Testamento:
Quais os trechos e acontecimentos do Antigo Testamento que são citados ou lembrados em cada carta? Quais as forças do passado que João quer acordar assim no povo? Como fazemos hoje para recuperar a memória e fazer acordar no povo a força do seu passado?

4. Aprofundar a fé em Jesus
Quais os títulos que Jesus recebe em cada carta? Qual o sentido e a força de cada título para a vida do povo? Comparar com os títulos que Jesus recebe hoje.

5. Saborear as imagens e comparações?
Quais as comparações ou imagens usadas em cada carta? De onde foram tiradas: do Antigo Testamento, da vida, da natureza ou da cultura do povo? Qual o sentido e a força de cada imagem para a vida? Só na "promessa ao vencedor", as sete cartas usam as seguintes imagens: árvore da vida (2,7), paraíso de Deus (2,7), segunda morte (2,11), maná escondido (2,17), pedra branca (2,17), nome novo (2,17;3,12), cetro de ferro (2,27), vaso de barro (2,27), estrela da manhã (2,28), veste branca (3,5), livro da vida (3,5), coluna no templo de Deus (3,12), nova Jerusalém (3, 12), sentar com Jesus no trono do Pai (3,21). Esta amostra dá uma idéia da riqueza contida nas sete cartas.

6. Animar-se com a promessa ao vencedor!
Qual a promessa que cada carta oferece ao vencedor? Como esta promessa ajuda a continuar na luta e a agüentar a perseguição? Qual a promessa que hoje anima o povo na caminhada?

7. Imitar o exemplo de João
Informar-se sobre a situação concreta das comunidades de hoje que vocês conhecem. De vez em quando, reúnam a sua comunidade e escrevam uma cartinha para uma comunidade que está precisando de um reforço na caminhada.


A PRIMEIRA LEITURA DOS FATOS: CAPÍTULOS 4-11


















1 - Capítulo 4: A visão do trono, o autor da história. Todo o capítulo é feito para transmitir a visão do trono. Esta visão de trono vai dominar o livro todo, do começo ao fim. É o pano de fundo, contra o qual se desenrolam os fatos da História que vão ser descritos. Aquele que está sentado no trono é o autor da história. Ele preside a todos os fatos. Ele recebe o nome: Aquele que é, que era e que vem (4,8). No tempo do Novo Testamento esta expressão era muito usada para lembrar a expressão com que Deus se apresentou ao iniciar a libertação do Egito: "Sou aquele que sou" (Ex 3,14) e que foi abreviada no nome Javé. Assim, ao iniciar a sua última intervenção na história, Deus retoma o nome sobre o qual iniciou a primeira grande libertação do Egito. O sentido de "Sou aquele que sou" e, portanto, de Javé, tem dois aspectos básicos:
-Afirma a certeza absoluta da presença libertadora de Deus no meio de seu povo oprimido.
-Afirma a impossibilidade radical de o povo instrumentalizar esta presença em seu próprio proveito.
A primeira prova que Deus deu de que Ele é Javé, isto é, "presença libertadora", foi a libertação do Egito. Deus leva o nome a sério. A última prova de que Deus é Javé vai ser dada agora, nos anos que vão ser descritos nos capítulos que seguem. Desta maneira, o capítulo 4 evoca para o leitor o contexto do Êxodo. Toda aquela carga de fé e de esperança que o nome de Javé e o próprio Êxodo representavam para o povo é assim colocada a serviço das pequenas comunidades da Ásia.

2 - Capítulo 5: O cordeiro imolado, o executor do plano de Deus. O capítulo abre com a visão do livro selado na mão de Deus (5,1). Este livro simboliza a História. Nele está escrito o que "vai acontecer muito breve" (1,1). Mas não há ninguém para abrir o livro (5,3), isto é, ninguém é capaz de tomar nas mãos o destino da história humana e de realizar a última fase do plano de Deus.
Mas de repente, aparece um "cordeiro, de pé, como que imolado" (5,6). É o momento em que Jesus, trazendo no corpo as chagas da sua paixão, faz a sua entrada no céu, após a ressurreição. Estamos, portanto, no ano 33. Jesus venceu (5,5) e, por isso, pode receber o livro e abrir os selos (5,7), isto é, ele pode dirigir a História e executar o plano de Deus. Não se diz em canto nenhum que o Cordeiro é Jesus, mas a descrição não deixa dúvidas. Ele é imolado e está de pé (5,6), isto é, morreu e ressuscitou. A imagem do Cordeiro na qual Jesus é apresentado vem do Êxodo, quando os judeus foram salvos do extermínio, graças ao sangue do cordeiro passado nas portas das casas. Em vários lugares do Novo Testamento a associação é explícita, como se deduz da aclamação ao Cordeiro (5,9-10), onde se fala do resgate do "reino dos sacerdotes", expressão que vem do livro do Êxodo (Ex 19,6). Tudo isto já permite entrever as grandes linhas, o fio da meada que vai ligar entre si as várias partes. É o contexto do Êxodo que, aos poucos, começa a ser evocado como sendo realidade presente na vida das comunidades. O Apocalipse "tira o véu" e ajuda o povo a perceber esta realidade que está por detrás dos fatos.

3 - Capítulo 6: O livro dos sete selos, ligar o começo ao fim. O Cordeiro entra em ação e abre os selos, um depois do outro. Cada selo representa uma etapa do plano de Deus. Não são as etapas cronológicas, a serem calculadas em meses, anos, ou séculos. O objetivo é outro. É para mostrar que os fatos se explicam, não por si mesmos, mas pelo fim para o qual contribuem. Ou seja, o autor tira a História da sua aparente neutralidade e a insere na grande luta entre o bem e o mal que envolve tudo e todos. Este capítulo 6 procura ser a ligação entre o começo e o fim e indica onde se situa o momento presente dentro do plano de Deus. É no quinto selo que se atinge o momento histórico em que João vive e em que as comunidades crescem. Até hoje estamos no quinto selo. O tempo que resta, mesmo que cronologicamente ainda dure séculos, é apenas "um pouco de tempo" (6,11). É o tempo do sexto selo, que não tem nenhuma referência à história já passada e que é inteiramente composto de imagens tiradas dos profetas, imagens que não podem ser interpretadas ao pé da letra (6,12-16). As calamidades do sexto selo são tão grandes que provocam uma preocupação até nos que são fiéis a Deus: "Chegou o grande dia de sua ira. Quem poderá ficar de pé?" (6,17). Com esta descrição João conseguiu mostrar que a própria perseguição é um sinal da vitória de Jesus, pois é Ele que conduz a História para o seu fim. A perseguição é fase preparatória para a vitória final do bem.

4 - Capítulo 7: Ação de Deus para com os eleitos. O sexto selo foi terrível: como não será o último? Quem vai poder escapar? O pessoal já sofrido das comunidades poderia ficar preocupado. Para eles João suspende a narração. Antes de descrever o sétimo selo que marcará o fim, ele mostra como Deus protege os seus eleitos (7,1-8). Nenhum mal lhes acontecerá, pois serão marcados com o sinal de Deus: são os 144 mil marcados; de cada tribo 12 mil. O número mil indica a perfeição e a plenitude. Este recenseamento evoca o grande recenseamento feito no deserto, depois que o povo foi libertado do Egito (Nm 1,20-43). De novo a evocação do êxodo. Surge a pergunta: diante das calamidades cósmicas, qual será a situação dos eleitos que já morreram? Como Deus os protegerá? A esta pergunta João responde em segui- da (7,9-17), descrevendo a grande multidão que ninguém podia contar (7,9). A descrição desse povo imenso é feita por meio de frases tiradas do livro do profeta Isaías, frases que, em Isaías, descrevem o retorno dos exilados para a Palestina (7,16-17). De novo a evocação do êxodo, pois Isaías descreve a volta do exílio como sendo o novo êxodo. Portanto, a imagem que fica é que Deus protege os seus eleitos da mesma maneira como protegeu o seu povo quando o libertou do Egito. E para o pessoal das comunidades não convém esquecer: a libertação do Egito era o máximo em proteção e libertação divinas.

5 - Capítulo 8-9: As pragas contra os infiéis. Depois desta interrupção confortadora do capítulo 7, abre-se o sétimo selo (8,1). Meia hora de silêncio ameaçador que antecede a uma tempestade (8,1). Em seguida aparecem sete anjos com sete trombetas, que representam as sete pragas mais da história e a vitória total do bem sobre o mal (8,2). Segue a descrição das sete primeiras pragas (8,6-9,19). Ora, basta comparar estas pragas com as do Egito para a gente se convencer de que a ação de Deus contra os infiéis se assemelha à ação com que ele derrotou os opressores do Egito: 1. granizo; 2. sangue; 3. água amarga; 4. escuridão; 5. gafanhoto. A terceira praga, da água amarga, lembra o episódio do deserto em que Deus transformou a água amarga em água doce (Ex 15,23-25). A sexta praga que fala do fogo, fumaça e enxofre, lembra o livro da sabedoria onde esse, comentando as pragas do Egito diz que Deus poderia ter mandado animais ferozes que haveriam de exterminar os egípcios com o sopro inflamado de fumaça infecta e de enxofre (Sb 11,17-19). Esta comparação fala por si. O que chama atenção é que, no Apocalipse, diferentemente do que no livro do Êxodo, a destruição provocada pelas seis primeiras pragas nunca é total. Só se destrói uma terça parte (Ap 8,7-12; 9,19), ou durante tempo limitado (9,5.10).
Por quê? É que, de acordo com o Livro da Sabedoria, as primeiras pragas do Egito foram dadas "conforme a medida, quantidade e peso" (Sb 11,20), a fim de "castigar pouco a pouco" (Sb 12,2) e assim dar aos opressores "tempo e ocasião de se poderem converter da sua malícia" (Sb 12,20). Quer dizer que João evocou aqui o contexto do Êxodo através da descrição que dele fez o Livro da Sabedoria. É para dizer que Deus agirá com misericórdia, dando tempo e espaço para a conversão dos opressores.

6 - Capítulos 9-11: A praga final, a chegada do reino de Deus. O espaço e plenitude dados por Deus aos opressores para nada adiantaram. Eles não se converterão (9,20-21). Como no Livro da Sabedoria, também aqui "cai sobre eles a condenação final (Sb 12,27). Assim o anjo grita: "Já não haverá mais tempo" (Ap 10,6), isto é, acabou-se o espaço da misericórdia que visava a penitência. Agora, será o tempo da justiça final, inexorável. A sétima praga aparecerá ao som da trombeta e marcará o fim. Será a instauração definitiva do reino de Deus (Ap 11,15). E todo este final se realizará conforme "o anúncio da Boa-Nova aos seus servos profetas" (10,7). As profecias às quais João se refere são provavelmente todas as profecias que falaram do tempo messiânico e da instauração do Reino de Deus. De modo particular, ele pensa na "Boa-Nova" que foi anunciada em Jerusalém, quando os exilados voltavam pelo deserto para a cidade Santa, realizando como que um novo êxodo. Um se desprendeu do grupo, correu em frente com a "Boa-Nova" e entrou na cidade gritando: "Teu Deus reina" (cf. Is 52,7-9). O mesmo anúncio se faz no Apocalipse, após o toque da trombeta do sétimo anjo (Ap 11,15). É de novo o contexto do Êxodo que é evocado, através da descrição que dele fez o profeta Isaías.
No fim, após a instauração do Reino, Deus que está sentado no trono é novamente aclamado e recebe o nome: "Aquele que é e que era" (11,17). Ele não vem mais, porque já veio. Deus realizou o seu nome e mostrou para sempre que ele é Javé, presença libertadora no meio do povo.


Conclusões:
Os capítulos 4-11 descrevem a última intervenção de Deus na história desde a ressurreição de Jesus até a sua vinda no fim do mundo. Ora, como pudemos ver, todos os pontos-chaves desta interpretação divina são apresentados através de imagens e símbolos que evocam o tema do Êxodo: autor (c.4), o executor (c.5), proteção dos eleitos (c.7), castigo dos maus (c.8-9), e objetivo, que é formar um reino de sacerdotes e instaurar o Reino de Deus. Uma conclusão se impõe: João apresenta a última intervenção divina na história, realizada por ocasião do Êxodo. Esta é a primeira leitura que ele fez da história. É isso que ele descore por trás dos fatos. É esta a mensagem que ele quer comunicar ao pessoal das comunidades que sofrem a perseguição de Nero: "Tudo isto que acontece com vocês é sinal e prova de que estamos envolvidos num novo e definitivo Êxodo, muito maior e mais grandioso do que o primeiro". João cria assim para eles um ambiente de fé, de esperança e de otimismo na luta, fundado naquilo que existe de mais profundo e autêntico na tradição do AT. O mesmo Deus Javé que tirou o seu povo do Egito continua trabalhando a favor do seu povo oprimido para libertá-lo da opressão e da perseguição.


Um comentário:

  1. Obrigada por tanta riqueza Bíblica. Deus vos abençoe e a Virgem Maria Vos proteja e interceda por cada um de vós em Terra de Imaculada. Uma Santa quaresma e Feliz Pascoa na graça do Senhor. Irmã Ana Maria Sacramento - Angolana

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