Sendo a espécie humana o topo da evolução, como explicar a existência de espécimes, que de homem têm muito pouco e que são a regressão da filogénese a patamares tão primitivos quanto inexplicáveis?
Não sendo um supra-sumo da psicofisiologia, sei, e é praticamente do conhecimento geral, que na base das nossas necessidades básicas, está a alimentação, a água, o sono, o sexo e as necessidades fisiológicas. Todos eles são inerentes à vida e necessárias à preservação da nossa existência assim como de qualquer outro vertebrado.
O que eu não percebo, nem nunca vou perceber, é o comportamento animalesco monstruoso de alguns desses espécimes, chamados homens e mulheres em patamares onde deveriam destacar-se pelo primor e pela excelência. Falo das outras necessidades do Homem, que o distinguem dos demais animais, como são a necessidade de amor e relacionamento, de estima e realização pessoal.
Não consigo entender como existem mães e pais que descuram os filhos no afeto, na alimentação, no repouso, na higiene e na proteção quando no reino animal, são milhares os testemunhos de fêmeas que protegem as suas crias e machos que lutam até a morte para defenderem a sua família.
O que também não entendo, nem nunca vou entender, é a violência gratuita e furtiva que prolifera entre nós, seres evoluídos… Falo da violência entre pares, como matar um ser humano, por coisas tão banais como disputar o lugar numa fila qualquer; do vandalismo tribal que em nome da filiação a um grupo, bando ou gang, amedrontam e aterrorizam, e falo também da violência doméstica que dispensa quaisquer comentários e da violência no namoro que ao que parece está na moda (que bem…) e de todas as formas de violência que possam existir!
Mas afinal onde está o que nos distingue dos demais animais?
Não pode ser apenas a oponência do polegar! A racionalidade, a capacidade de pensar, deveria implicar que cada um de nós tivesse a capacidade de dialogar e de respeitar incondicionalmente o outro.
Em vez disso somam-se as ofensas, as agressões físicas e verbais, o vandalismo, o crime, a diminuição constante da Pessoa em si, os atentados humilhantes à auto-estima, a morte… and so on…
Jamais compreenderei este egoísmo vil, que grassa como ar e que toma conta de todos os que embarcam na viagem que vai do olho ao próprio umbigo.
Já não se acredita em nada, porque tudo serve para enganar e ludibriar o próximo;
Ser solidário é quase uma utopia e quem continua acreditar é maluco ou tem a mania.
Hoje estou particularmente indignada para não dizer f ? ? ? da…
Pensava já não ser possível surpreender-me pela negativa. Mas enganei-me o que significa que depois de hoje, tudo é possível.
Não vou entrar em pormenores e resumo desta forma: imaginem que apanham o ônibus para o trabalho e o motorista cuja condução deixa muito a desejar, faz a meio do percurso uma freada daquelas que fez voar quem estava dentro do mesmo. Depois em vez de socorrer quem ficou ferido, duas crianças, seguiu viagem como se nada tivesse acontecido.
Quando cheguei ao meu destino, eu própria acionei o socorro. O resultado foi efetivamente participação à PSP, uma ida ao hospital e a apresentação de uma queixa no Livro de Reclamações que continua sem qualquer resposta. Tive no dia seguinte a confirmação pela PSP que o motorista incorreu em matéria criminal pois negou auxílio a pessoa necessitada, o que constitui crime em Portugal.
Que bom seria, se aprendêssemos com os animais, os tais que estão num patamar abaixo de nós, os tais que não são racionais, conceitos como a lealdade, a solidariedade, a proteção e o Amor.
Que bom seria que a ontogénese ao recapitular a filogénese, ficasse em Estágio num desses patamares para que nunca esquecesse o que é de fato importante para nós seres humanos os tais que estão no topo de evolução…
Sem comentários!
(Obs.: Fizemos adaptação, onde foi possível, da linguagem do português de Portugal para o do Brasil)
Olha que surpresa boa ver uma das minhas crônicas ai no país irmão :)
ResponderExcluirGostei.
Ass. Sandra Nóbrega (autora do texto)